A noite de sexta-feira começou exactamente como a de quinta. Gostei tanto do concerto de Rita Redshoes que pensei what the hell e fui outra vez. Depois do concerto, de um tubo solto no carro que deixava escorrer a gasolina toda para o chão, depois de um carro emprestado, um segundo jantar à pressa no drive-in do McDonald’s já depois da meia-noite, e de um senhor do reboque que levou mais de 1 hora a chegar, tudo a postos para a noite continuar. Destino seguinte: 2ManyDJ’s no Casino Estoril. E foi aí que comecei a aperceber-me do quão diferentes os homens e as mulheres são em relação a divertimento. Num salão a rebentar de gente e de calor, todos os gajos dançavam e saltavam bem-dispostos e alheios ao resto. As miúdas? As miúdas circulavam com um ar entediado, queixavam-se enjoadinhas que estava muito quente lá dentro, a música muito alta, e que havia gente a mais. Eles vestidos com jeans, t-shirts, e alguns com óculos de sol divertidos. Elas todas arranjadinhas e com saltos que mal servem para andar quanto mais para dançar. Eles a pedirem licença para arranjar caminho entre a multidão. Elas com o objectivo de chegar à porta independentemente do que lhes aparecer à frente. Caras de más e força bruta (o que por acaso até resulta). Eles com um sorriso enorme. Elas com cara de “sou demasiado boa para estar aqui”. No entanto, apesar desta nossa aparente indisposição, somos certinhas e portamo-nos bem. Vi dois gajos serem expulsos por seguranças nessa noite. Nenhum problema que envolvesse mulheres.
(aqui devia estar uma fotografia do paintball que ainda não me foi enviada...)
Sábado
Quatro horas e meia de sono depois da noite anterior, hora de acordar para dia de paintball. Que foi ideia de uma menina que fazia anos. De uma menina! Levámos um pouco mais de 2 horas a chegar a um sítio que ficava a 20 minutos de distância das nossas casas. E porquê? Porque ia um gajo a conduzir. Só se rendeu e pediu indicações ao fim de hora e meia. Antes disso o telemóvel com gps ia revolver o assunto. Notou-se. Lá chegámos mesmo na hora de mais calor, e debaixo do Sol mais quente, com um colete protector, uma máscara gigante, uma arma que pesava chumbo e um cinto de munições que pesava mais ainda, lá nos aventurámos por campos e missões, corridas e pedregulhos, ervas com espinhos e tiros que doem como a m**** e deixam nódoas negras com o pior aspecto do mundo. A reacção das meninas? Queixaram-se do calor, do esforço físico, da dor, e pelo meio foram oferecendo as munições aos meninos e desistindo. A reacção deles? Guerra! Quantos mais tiros e mais correria melhor! No entanto pegaram-se no fim. “Porque tu estavas morto, porque me alvejaste quando já não podias”, etc. e tal. E gritaram e barafustaram, mas no fim, amigos como antes.
Resumindo e concluido: nós portamo-nos bem, somos mais sossegadas e cautelosas. Mas queixamo-nos de tudo e parece-me que torcemos o nariz com facilidade. Eles estão sempre prontos para a diversão e vivem as coisas no momento. Tiram mais proveito das coisas. Vibram mais que nós. No entanto também têm queda para fazerem aquilo que não devem. Nós somos o 8 e eles são o 80. Não admira que não nos consigamos entender. É que somos mesmo diferentes!
P.S. – só para deixar aqui explícito que a menina dos anos e eu jogámos até ao fim. E que apesar do bronze à caminiosta com as marcas da t-shirt, da dor causada pelo esforço no braço direito e da nódoa negra gigante que tenho no rabo, ia lá e repetia tudo outra vez. :)