Ora depois de estar decidido o casamento em Nova Iorque, veio logo a difícil tarefa de escolher um vestido. A única coisa que eu sabia: não queria um vestido de noiva tradicional. O casamento não era tradicional, por isso o vestido teria que se adequar. Inicialmente pensei em algo curtinho e apaixonei-me por este Red Valentino da colecção de 2010, mas quando perguntei na loja a senhora revirou-me os olhos como se eu fosse a pessoa mais desactualizada de sempre. Vestidos de 2010? Hum, estamos em 2012. Ficou por isso fora de questão. Acho que devo ter visto todos os vestidos de noite e de cocktail brancos que andam pela internet. Não houve nada que me escapasse. E lá houve um BCBG que me chamou a atenção. E começa a aproximar-se a data e a minha mãe a insistir que era uma péssima ideia mandar vir um vestido pela internet (são tão mais baratos e é tão cómodo fazer compras sentadinha no sofá). Surpresa das surpresas, pois que um dia a mamã telefona e do nada diz: "Faz a mala, vamos dois dias a Paris comprar um vestido juntas". Yeah! E lá fomos. Visto que a escolha de um vestido normal em vez de um vestido de casamento facilitou logo o orçamento, deu para apontar para as melhores marcas. E não houve loja de topo em que não tenhamos entrado. Mas foi de passagem pelas galerias Printemps, que a minha mãe vê um expositor BCBG, pega num vestido branco e diz: "Então e este?". E era precisamente o vestido que eu tinha visto na internet e que tinha gostado. Experimentei-o e estava óptimo, mas havia ali qualquer coisa que não me convencia. Regressei ao hotel e quando o futuro sr. Beloto me telefonou, aproveitei para lhe pedir que descobrisse online onde havia uma loja oficial BCBG em Paris. E ele, coitadinho e tão querido, liga-me de volta e diz: "Tenho três moradas para ti. Mas querida, essa marca também existe no Porto...". Correcto. E em Lisboa. Mas eu estava em Paris! No dia seguinte lá fui à loja, voltei a experimentar o vestido, mas achava-o demasiado largo e sem formas que favorecessem o corpo. Apertei-o no tronco com as mãos, como se fosse justo em cima, e quando me olhei ao espelho fiquei toda parvinha e emocionada. Era aquilo. Sem qualquer dúvida. Era aquilo. Sorte das sortes a senhora da loja, simpatiquíssima, disse logo que o costureiro deles ficava localizado duas ruas ao lado e que podiam facilmente adaptar o vestido como eu mais gostasse. E lá fui eu a correr ao costureiro, explicar que me queria casar com aquele vestido, e que só tinha meia-hora para o arranjar antes de fazer o check out no hotel e apanhar o avião. Com o maior sorriso, em 30 minutos, arranjaram-me o vestido. E foi das minhas melhores decisões de sempre. Quase dois meses depois do casamento, continuo a acordar de manhã com vontade de o vestir. É o MEU vestido de noiva.
(é este, mas na versão justinho ao corpo)
Bon chic, bon genre