quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cinco patamares da dor – o que as mulheres sentem no final de uma relação

Estava a ver um episódio repetido de Anatomia de Grey, em que se falava nos cinco patamares da dor. Denial, anger, bargaining, depression, acceptance. E lembrei-me de como isso explicava tão bem o ponto de vista feminino expresso no post anterior, se aplicado ao término de uma relação. Dizia o guião:

"According to Elisabeth Kübler-Ross, when we're dying or have suffered a catastrophic loss, we all move through five distinct stages of grief. We go into denial because the loss is so unthinkable we can’t imagine it’s true. We become angry with everyone, angry with survivors, angry with ourselves. Then we bargain. We beg. We plead. We offer everything we have, we offer our souls in exchange for just one more day. When the bargaining has failed and the anger is too hard to maintain, we fall into depression, despair, until finally we have to accept that we’ve done everything we can. We let go. We let go and move into acceptance."

É que é precisamente por isto que passamos. Se há por aí algum menino que não entenda o que nós sentimos no final de uma relação em que ainda acreditamos, é isto. Daí a nossa persistência e indignação com o derrotismo deles. Primeiro pensamos que aquilo não pode estar a acontecer, depois revoltamo-nos e gritamos, barafustamos, acusamo-los de tudo. De seguida tentamos regatear. Imploramos. Fazemos qualquer coisa só por mais um dia que seja. Quando nos apercebemos que isso não leva a nada e já não conseguimos manter a raiva, caímos em depressão, desesperamos até percebermos que fizemos tudo aquilo que podíamos. E aí podemos partir para a aceitação. Porque sabemos que tentámos tudo. Que não baixámos os braços e que não nos permitimos desistir. E aceitamos com serenidade. Porque sabemos que demos o nosso melhor.

16 comentários:

Fatyly disse...

Também vejo essa série e na terça deu o 1º episódio da nova.

Sim é um facto que muitas mulheres fazem o que descreves mastambém muitas não se podem dar ao luxo de "perder tempo" em prol da sua prole (se houver) e sobretudo da sua sanidade mental. Como sempre fui adepta do SIM ou NÃO e não saber lidar de forma alguma com o NIM, acho que quando uma relação não dá mais, o melhor é cada um ir para seu lado e "não teimar, lutar" porque ninguém é de ninguém, e ninguém consegue que gostem de nós ou vice-versa.

Belota disse...

Ah, mas aí está um ponto em que estou muito de acordo. Não se consegue fazer com que gostem de nós, nem nós nos conseguimos forçar a gostar de alguém. E isso tem que ser uma coisa aceite e pronto.

A Senhora dos Apartes disse...

Gostei imenso deste seu post. Gostei acima de tudo da sinceridade. Fazemos tudo isso sim. Às vezes mesmo só com nós próprias. Mas aceitamos. Nisso estamos mais habilitadas. A capacidade de saber que vamos sempre amar de novo dá-nos essa serenidade.

Anónimo disse...

esse é o grande alívio, saber que se vai amar de novo...ou qundo magoamos alguém e a/o deixamos nessa situação sabemos que vai amar de novo....

Miúda-Mulher disse...

Os homens também sentem isso...

Anónimo disse...

Epá não é possivel ter uma tradução do texto? Deve ser muito interessante, mas não percebi patavina...

Belota disse...

"De acordo com Elisabeth Kübler-Ross, quando estamos a morrer ou sofremos uma perda catastrófica, todos passamos por cinco níveis de dor. Entramos em negação porque a perda é tão impensável que não conseguimos imaginar que seja verdade. Zangamo-nos com todos, zangamo-nos com os sobreviventes, zangamo-nos connosco mesmos. Depois regateamos. Imploramos. Suplicamos. Oferecemos tudo aquilo que temos, oferecemos as nossas almas em troca de só mais um dia. Quando isso falha e a raiva se torna demasiado difícil de manter, caímos em depressão, em desespero, até que finalmente temos que aceitar que fizemos tudo o que podíamos. Libertamo-nos. Libertamo-nos e passamos à aceitação.”

Anónimo disse...

Pois é...isso tudo é muito bonito e até pode ser muito verdade. Mas não se pode aplicar naqueles casos em que o "outro" ou a "outra" que nos deixou, mesmo depois de nos deixar nos continua a alimentar esperanças, nos maltrata e nos bem trata apenas para nos manter por perto. À frente dos outros somos-lhe indiferente...mas em privado a história é outra! Se não gosta então também não ande a rondar, se não gostava então também não tivesse sequer começado a namorar, a primeira vez...a segunda...a terceira!....Há gente muito hipócrita!

Anilorac_FM disse...

Concordo em parte com essa diferença de género. Nesse sentido, acho que as mulheres são mais lutadoras nas relações. Os homens talvez sejam mais lutadores noutras coisas.

Quanto às fases do desgosto, eu trocaria: primeiro a negação, sim, depois a súplica ("vá lá, pensa lá melhor no que fizeste, já viste o que estás a perder..." :P) e depois sim vem a enxurrada de insultos à sua progenitora, à sua própria personalidade de troca de gaja (vulgo cabrão) e a todos outros pormenores estéticos que antes nem tínhamos reparado como eram asquerosos. Depois uma tristeza assoladora, que faz com que decoremos todas as letras mais deprimentes da Amália Rodrigues...e passado um tempo que custou a passar e que demorou muito mais do que se esperava...a aceitação e o passar em frente.

Entre a fase das letras da fadista e a aceitação, passam-se por várias tentativas de consolação (vulgo outras pilinhas), até acalmarmos a pipoca, dedicarmo-nos a nós apenas...e passado um tempo indefinido, aparecerá sim alguém merecedor.

Morah disse...

Sou um rapaz e depois de ler isto fico a achar que devo ter em mim algum gene feminino...

Porque foi praticamente por estas fases que passei...

E se falam em derrotismo dos homens, eu pela minha parte posso falar em derrotismo das mulheres. Pelo menos pela minha própria experiência!

O que me leva a querer e a dizer que "Há sempre excepções", considerando-me eu uma delas...

Também achei que ela desistiu assim que surgiu o primeiro grande obstáculo e depois a história é a do costume...

Só comigo disse...

Acho que não tendo necessariamente que ser sempre associado ao género, ainda assim, pelos casos que conheço, de facto é verdade. Senti na pele a desistência com o primeiro deslumbramento. E depois de todas as fases humilhantes e demolidoras que passei segui em frente e nem o quis ver mais na vida. E assim estamos, até hoje.

Anónimo disse...

Pior é quando existe um/uma doido/a EX-NAMORADO/A que não passa da fase de "Depois regateamos. Imploramos. Suplicamos. Oferecemos tudo aquilo que temos, oferecemos as nossas almas em troca de só mais um dia" para a fase de "Quando isso falha e a raiva se torna demasiado difícil de manter, caímos em depressão, em desespero, até que finalmente temos que aceitar que fizemos tudo o que podíamos. Libertamo-nos. Libertamo-nos e passamos à aceitação.”

Acreditem que é deprimente!!

Francisco o Pensador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco o Pensador disse...

Belota, eu acredito e é plausível que uma mulher conheça todas estas fases após o fim de uma relação na qual ela ainda acreditava, só não aceito é que queiram apelidar a atitude dele como um "derrotismo".

É preciso saber colocar os pontos nos "is".
Da mesma forma que a persistência das mulheres fazem-na "Acreditar" que algo é possível, o "Realismo" ou "Pragamatismo" (como lhe queiram chamar) dos homens fazem-no deixar de "Acreditar" que uma relação possa ter futuro.
Não é um sinal de derrotismo, trata-se apenas e tão só de uma questão de saber "acreditar" ou não na validade de uma relação.
A consequência é óbvia e pode ser bem visível para todos. Neste processo, eles acabam por sofrer muito menos do que elas.
Logo, quem está a ser mais inteligente?

Francisco o Pensador disse...

E tem muitos homens que também passam por todas essas fases que foram mencionadas. Só não gostam é de demonstrar isso em público, nem vão chorar para o ombro dos amigos.
Quando choram, geralmente é sempre ao fim de 6 ou 8 cervejas, mas nesses casos eles tem sempre a desculpa de dizer que estavam bêbados.

Mas porquê que fazem dos homens como se eles tivessem todos um coração de pedra?

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Já todos passamos por esses graus, uma a um. Sobrevivemos. Permitimo-nos, depois da aceitação, a começar de novo...
Bjs