quarta-feira, 31 de março de 2010

Pronto, está certo

Professor no início da aula:

"Queria pedir desculpa por ter faltado na aula passada, como avisei, estive doente. Ainda pensei em vir, mas sabem como são os homens com estas coisas, ficam logo gays."

Eu teria substituído o "gays" por "criancinhas", mas ok, quando eles são os primeiros a meter o dedo na ferida, aqui a Belota não mexe mais. :)

terça-feira, 30 de março de 2010

Homens... É que não se aprende nada com eles!

Podia ter sido protagonizado pelo meu pai, mas não foi. Estávamos na aula de escrita criativa a ouvir a apresentação de um sketch de umas colegas, onde entrava uma personagem chamada "Paxi de Melo". Já a tal "Paxi de Melo" tinha sido proferida em cena umas cinco ou seis vezes, quando me diz o meu colega do lado, em tom baixinho e muito confuso:

- Mas afinal quem é este "4 chinelos"?

segunda-feira, 29 de março de 2010

Feminismo (depois do tabaco vai voltar a ser a doer na caixa de comentários)

Muitos de vocês têm-me reencaminhado este e-mail por isso deve estar na altura de o publicar aqui. Antes que me batam, sabem bem o que penso sobre o assunto, mas não, não fui eu que escrevi este texto:

"São 6h30 da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje. Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar, etc. Se tivesse um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo, menos sair da cama, meter a primeira e ter de por o cérebro a funcionar.
Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a ideia de reivindicar os direitos da mulher e porque o fez connosco que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós, elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as suas amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos.
A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha. Depois, ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de credito, a Internet! Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!
Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre 'vamos conquistar o nosso espaço'... Que espaço?! Que caraças! Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés! Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós para comer, para se vestirem e para parecerem bem à frente dos amigos... E agora, onde é que eles estão? Agora eles estão confundidos, não sabem que papel desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz. Essa piada, acabou por nos encher de deveres. E o pior de tudo é que acabou nos lançando no calabouço da solteirice crónica aguda! Antigamente, os casamentos eram para sempre. Porquê? Digam-me porquê... Um sexo que tinha tudo do melhor, que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida começou a competir com os machos... A quem ocorreu tal ideia? Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava muito claro que isso não ia terminar bem.
Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova de dentes, mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio, ou de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas... Além de morrer de fome, pôr hidratantes anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a hora e, acima de tudo, ter armas para não cair vencida pela velhice, maquilhar-me impecavelmente cada manhã desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas, que os cabelos brancos são pior que a lepra, escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios, não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho. E não só mas também, ter que decidir que perfume combina com o meu humor, ter de sair a correr para ficar engarrafada no transito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel, correr o risco de ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por cima não são os meus problemas!!! Tudo, para sair com os olhos vermelhos - pelo monitor, porque para chorar de amor não há tempo! E olhem que tínhamos tudo resolvido... Estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades, tornámo-nos super-mulheres, mas continuamos a ganhar menos que eles e, de todos os modos, são eles que nos dão ordens!!!! Que desastre! Não seria muito melhor continuar a coser numa cadeira??
Basta!!! Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poesias, que me faça serenatas à janela! Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro e que o podíamos utilizar, para quê ter que demonstrá-lo a eles?? Ai meu Deus, são 7h10 e tenho que me levantar da cama... Que fria está esta solitária e enorme cama! Ahhhh...
Quero um maridinho que chegue do trabalho, que se sente ao sofá e me diga: 'Meu amor não me trazes um whisky por favor?' ou 'O que há para jantar?'... Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que abocanhar uma sanduíche e beber uma Coca-Cola light, enquanto termino o trabalho que trouxe para casa.
Pensam que estou a ironizar ou a exagerar? Não, minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas, liberais e idiotas! Estou a falar muito seriamente... Abdico do meu posto de mulher moderna. E digo mais: A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a nossa vida boa! Agora somos iguais a eles!"

Ora bem, direitos à parte, onde é que isto vai terminar? Não me venham cá falar de igualdade, primeiro porque não somos iguais, e ainda bem, e depois porque nos dias que correm as mulheres não querem ser iguais. Querem ser mais que os homens. Quando é que arranjamos um ponto de equilíbrio?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Neste blog fuma-se

Aliás, neste blog faz-se aquilo que se quer. Providenciando o respeitando pelos outros, como é claro. Muitos dos posts que aqui estão foram escritos com a mão direita enquanto a esquerda segurava um cigarro. Eu não fumo muito. Fumo 3 a 5 cigarros por dia. E espantem-se os não-fumadores: eu sei que fumar faz mal. A sério! Não é fascinante? Eu fumo e sei que fumar faz mal. Incrível! Por isso não preciso que me estejam sempre a lembrar do mesmo. É que caso eu não soubesse, está escrito nos maços. E eu sou confrontada com essa informação pelo menos as tais 3 a 5 vezes por dia. Não estou de acordo com a proibição do fumo em espaços nocturnos. Banirem os cigarros numa discoteca, para mim, anda a par com tirarem o álcool ou a música. Mas não vou para a porta desses espaços refilar. Respeito os outros e escolho um sítio diferente para ir abanar a cabecinha. Também não vejo ninguém a confrontar pessoas bêbedas com informação sobre doenças hepáticas, ou os menus XL do McDonald’s a serem proibidos a pessoas com mais de cem quilos. E muito sinceramente vai tudo dar precisamente ao mesmo. E depois ainda há o grande argumento proferido ultimamente do “fumar não está na moda”. Não está na moda? Epah, então agora é que eu vou mesmo deixar de fumar! Give me a break. Eu não fumo dentro de um restaurante (oh e se gosto disso), não fumo perto de crianças, e apago sempre o cigarro se vejo que isso incomoda alguém. Deste modo, se eu respeito os não-fumadores, parece-me no mínimo justo que me respeitem a mim também. Dito isto, com excepção dos meus pais cuja função é alertarem-me para estas coisas, a próxima pessoa que me abordar com aquele ar normalzinho e inocente mas de quem está na posse de um relatório médico ultra secreto sobre a nicotina, vai perceber que, de facto, os cigarros também matam os fumadores passivos. Ou pelo menos engasgam-nos. É que eu tenho a certeza que não se vão sentir muito confortáveis quando eu lhes enfiar o maço inteiro, devidamente apagado, pela garganta abaixo.

(E quando decidir deixar de fumar, agradeço igualmente que não me venham dar os parabéns. É uma decisão pessoal como outra qualquer. Não é uma festa pública.)

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Muito bem"

Ora aqui está mais uma expressão que devia gritar perigo a qualquer homem que a oiça. Já notaram como os entrevistadores têm o hábito de dizer “muito bem” assim que os entrevistados terminam uma resposta? Sobretudo as entrevistadoras. O “muito bem” é uma muleta de discurso que nos permite ganhar tempo. É um substituto do “hum” e do “pois”. É o que dizemos quando não sabemos o que dizer. Agora transpondo isto para uma relação, pergunto-vos eu: quando é que uma mulher não sabe o que responder a um homem? Quando?! Nunca! Por isso meninos, quando em qualquer argumento nós nos sairmos com um “muito bem”, que geralmente até denota logo algum ar de desprezo ou de desdém, preparem-se. Estamos apenas a ganhar tempo em vez de partirmos logo para a violência. Não é que não cheguemos lá, à violência, mas preferimos deixar a coisa a marinar. Estamos a guardar o assunto como arma a disparar no melhor momento. Agora lembrem-se disto na próxima discussão em que ela vos atirar à cara algo que disseram há três meses atrás e de que já nem se lembram. Aposto que na altura levaram com um “muito bem”. Quase de certezinha.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Estou no trabalho a tentar escrever um artigo sobre o Dia Mundial do Sono e não consigo chegar a nenhuma conclusão sobre a data correcta. Há quem aposte no dia de hoje, 19, e quem defenda o dia 21. Isto assim não vai a lado nenhum. Então esta gente que decide estas coisas não chega a um consenso? Qual é a dificuldade? Estão todos a dormir?

O meu pai é melhor que o vosso

Mesmo. Não querendo ferir susceptibilidades. Mas é mesmo. E neste post não são admitidas contestações. :)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Parece que ando a assistir a reruns da minha própria vida

Conversa com o pai na semana passada:

Pai: Podíamos ir ver os Wonderful People!
Eu: O que é isso?
Pai: É no Casino Lisboa, é como aqueles azuis mas estes são brancos e cantam.
Eu: Ah os Voca People.
Pai: Hum? (calmamente) Wonderful People.
Eu: Chamam-se Voca People.
Pai: Não é isso. Wonder People?
Eu: Não, é Voca People. Tenho a certeza.
Pai: Wonderland? Olha que o pai acha mesmo que se calhar é Wonderland.
Eu: Não, é Voca People.
Pai: Está bem, então se calhar o melhor é comprares tu os bilhetes.

(10 segundos de silêncio depois)
Pai: Como é que é? Wunder People?

Isto é a história dos Blue Man Group all over again...

Um brinde à pior semana de trabalho de sempre

Ok, não foi a pior, é verdade. Mas foi aquela em que eu perdi a paciência. Mesmo. Alguém está comigo?

segunda-feira, 15 de março de 2010

ModaLisboa '34

Depois do ano passado em que jurei a pés juntos que nunca mais meteria os pés na Moda Lisboa (nesse ano ainda Moda Lisboa-Estoril que depois não era nem num nem no outro mas sim em Cascais) a Salsa lembrou-se de participar no evento, e aqui a Belota lá teve que tirar os saltos altos do armário e rumar até ao Terreiro do Paço. Na edição anterior vi apenas o desfile da Ana Salazar, que me interessava por motivos vários, e neste ano fiz precisamente o mesmo. Decidi-me pelo da Salsa e ficámos por ali. Acontece que cheguei lá e apanhei a surpresa da minha vida. Gostei daquilo. Não tinha nada a ver com Cascais. A organização muito melhor, o espaço fantástico (tirando o facto de ser impossível estacionar o carro), a entrada com muito bom ar e com uma iluminação óptima, e os desfiles atrasados 1 hora. Tendo em conta que no ano passado os atrasos eram de 2 horas, parece-me que estão no bom caminho. Isto lá para 2032 a coisa encarrila e começa tudo à hora marcada. Mas o melhor do regresso da ModaLisboa a Lisboa, foram as pessoas. As pessoas aderiram, voltaram a acreditar no evento, a interessar-se pela moda. Já não era só aquela coisa de lá estar para se dizer que se foi. É que a minha paciência para isso estava completamente esgotada. As filas mantiveram-se, contra isso nada a fazer, mas nada que uns Martinis distribuídos por umas meninas giras não ajudassem a disfarçar (disfarçariam ainda mais se fossem uns meninos giros, mas vá, não se pode pedir tudo). O desfile da Salsa não desapontou. Quer dizer, a mim desaponta-me sempre saber que tenho que ficar 6 meses à espera que as peças cheguem às lojas, mas em relação a isso nada a fazer. A marca esteve muito bem. Adorei os barretes, as camisolas largas, os lenços e cachecóis, as mini-saias ultra minis, e as luvas. Oh as luvas de pele cor-de-rosa com os botões de lado. Eu quero!!! Agora!!! Para quem não esteve presente, fica o desfile completo nos vídeos em baixo. Num dos lugares da assistência estava aqui a Belota, sentadinha confortavelmente, a olhar para os jeans modelo skinny que passavam e desesperada a pensar “bem , lá vou eu ter que ir para o ginásio no Verão para caber nas calças no Inverno”. É que isto de jeans skinny não é para mim. Mas lá que são giros são...

ModaLisboa '34 desfile Salsa parte 1

ModaLisboa '34 desfile Salsa parte 2

Eu gostava de vir cá falar sobre a Moda Lisboa, mas a coisa está complicada. Prometo que já cá volto.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Alguma coisa está errada com o meu ritmo de vida quando chego a casa e vejo um post-it com a minha letra, colado na porta, a dizer "estender roupa, comprar comida".

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tudo está bem quando acaba bem

Aqui há uns poucos dias, estava a caminho da faculdade e atropelei um gato. Um gato suicida, que eu ia sossegadinha e calmamente, vi o gato na berma da estrada, e só quando eu vou a passar é que ele resolveu atirar-se para baixo da roda. O barulho foi indescritível. O gato andou aos trambolhões por baixo do carro, eu aos gritos agarrada ao volante, tudo uma experiência muito boa e a repetir. Depois de encostar o carro e respirar fundo umas vinte vezes, voltei para trás para ver se o gato estava vivo e a sofrer na estrada. Não sei muito bem o que faria nesta situação mas a verdade é que não conseguia seguir em frente como se não tivesse acontecido nada. Fiz a mesma estrada três vezes, e o gato, nem vê-lo. Lá segui caminho para as aulas mais descansada. Chego ao parque da faculdade, diz-me logo o senhor da cancela “A menina bateu com o carro? É que tem aí uma coisa presa na roda!”. Pronto. Era o gato. Claro que pensei logo que era o gato! E sair para ir lá ver? Está bem, está! Estacionei o carro, saí sem olhar, e no intervalo arranjei um colega voluntário à força para ir ver o que se passava. O gato felizmente não estava lá a esvair-se em sangue, mas tinha partido uma peça inteira que ia de uma roda à outra. Lá se arranjou aquilo provisoriamente e eu segui para casa sem problema. Ontem tive um dia daqueles... No emprego tudo em stress. O computador avariado há 15 dias e trabalho marcado até para o fim-de-semana. Meto-me no carro ao final da tarde para ir para as aulas, ligo o rádio na Antena 3 para ouvir a Prova Oral, e falava o Fernando Alvim precisamente sobre stress. Adequado. É nisto que oiço um barulho enorme e passo por cima de algo. Tinha caído a peça que estava partida e toda a protecção da parte de baixo do carro. Tudo. Caiu tudo! Raios partam o gato, que aparentemente o carro não o conseguiu. Lá vai o papá ter com a menina à auto-estrada, espreita para baixo do carro e diz “Então tu não vês que falta aqui uma peça enorme?”. Vi, claro que vi, até porque eu sei exactamente o que é suposto lá estar ou não. Ou me aparece uma seta vermelha gigante com a legenda “o problema está aqui”, ou eu bem que podia ter ficado a olhar para o carro. Resumindo e concluindo, é mandar vir peças novas, andar uns dias à boleia, e gastar uma fortuna no arranjo. Tudo isto por causa de um gato. Que sobreviveu. E do qual eu ainda senti pena. Estúpida! Peço boleia ao pai para apanhar o resto das aulas, chego lá e tenho que apresentar um trabalho de grupo feito ali em cima do joelho durante as apresentações dos colegas. Bateram-nos palmas e conseguimos uma nota de 9,5 numa escala que vai até 10. Compensou pelo dia inteiro. :)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não percebo por que razão tenho um dia que me é dedicado, pelo simples facto de ter nascido com um pipi.

sábado, 6 de março de 2010

Eternal sunshine of the spotless mind

E vocês? Se pudessem apagar alguém da vossa mente, fá-lo-iam?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Gosto deste tempo

Gosto deste tempo sobretudo porque me chove dentro do carro. Mas só em cima do banco do condutor. E se há coisa que eu gosto é de sentir o rabinho molhado e aquele cheiro a humidade. Que dito assim até parece uma coisa porno-duvidosa. Mas não é.

"Eu também tenho uns boxers com caveiras cor-de-rosa. Mas não os uso num primeiro date" - disse ele

Pois, mas aqui do lado feminino, desde que não usem slips, a coisa está bem. Quanto aos bonecos, nós já não esperamos grande maturidade vinda de vocês anyway.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Isto de cuspir para o ar é muito giro. Sobretudo quando nos cai em cima.

Estava eu a ler os comentários ao post anterior, quando me lembrei que devia era ter ficado caladinha, que também tenho telhados de vidro. E para me redimir, achei que o melhor era humilhar-me um bocadinho aqui perante vós. E meter a culpa em mais alguém, que é uma coisa que dá sempre jeito. E neste caso a culpa é inteiramente da Oysho. Já aqui tinha falado, recentemente até, em como nós gostamos de nos preparar para um date, ou para a hipótese de as coisas virem a acabar em sexo. É importante sentirmo-nos bem connosco mesmas. E isso envolve maquilhagem, perfume, depilação, e, sobretudo, uma lingerie sensual. Ora tinha eu acordado para um dia banal, ou assim pensava, quando me liga um menino com quem eu já tinha saído umas vezes e por quem tinha uma atracção enorme. Fomos sair, a noite não podia ter corrido melhor, e está-se mesmo a ver onde isto vai parar, certo? Pois que eu digo-vos onde é que foi parar. Foi parar a casa dele, tudo muito entusiasmado e a correr muito bem, quando de repente, dou por mim bloqueada com apenas um pensamento na cabeça. É que naquele dia eu tinha vestido umas cuecas com o Snoopy. E naquele momento, não me ocorria mais nada senão isso. É claro que se tivermos dezasseis anos, ainda podemos jogar a cartada da inocência e fazer daquilo algo excitante, mas aos vinte e muitos a coisa só pega durante um minuto e convém ter outra jogada antecipada. Que eu não tinha. O que é que aconteceu? Fiz a pior coisa que podia ter feito. Ele aproximou-se do primeiro botão dos meus jeans e eu gritei “tenho umas cuecas do Snoopy”. Foi bonito. Sobretudo apropriado para o momento. Claro que ele me respondeu aquilo que qualquer homem diria na mesma situação, “quero lá saber o que tens vestido”. Mas não antes de olhar para mim e rir durante cinco segundos na minha cara. O resto da noite até correu bem, mas o pior é que eu tenho a certeza que um dia, estarei casada (com outro), terei filhos, cruzar-me-ei com ele ocasionalmente na rua, e é mais que garantido que o menino olhará para mim, e dirá sem hesitação, “então, e as cuecas do Snoopy?”.

quarta-feira, 3 de março de 2010

“Cresce o número de mulheres adultas que usam roupa infantil”

Esta era a chamada de uma peça que deu ontem no telejornal. Para começar convém deixar explícito que aquilo a que se referiam não é bem usar roupa infantil. Usar roupa infantil é quando vou à Benetton e compro uma t-shirt para 8 anos que me fica justinha. Isso é usar roupa infantil. Usar roupa com bonecos feita com o tamanho de uma mulher adulta, não é usar roupa infantil. E consoante os bonecos escolhidos e o tom exagerado de cor-de-rosa, desculpem-me as cinquenta mil aficionadas, mas é capaz de ser apenas parvo e muito pouco adequado. Os especialistas chamam-lhe “moda regressiva” e afirmam que assenta na necessidade de reviver a infância e prolongar a juventude. Eu continuo a achar que uma mulher crescida que vá trabalhar com uma camisola com o desenho de uma Hello Kitty maior que a própria cabeça, não pode esperar ser levada muito a sério. O pior é que a moda está para ficar. Por mim garanto-vos – e tive muito trabalho para arranjar um vestidinho assim girito para a imagem superior – que não me apanham com gatinhos cor-de-rosa, desenhos de Barbies, My Little Ponies e afins. Até porque essas coisas já me enjoavam quando era pequena. Agora se me arranjarem uma t-shirt com o Monstro das Bolachas a coisa já muda de figura...

terça-feira, 2 de março de 2010

Afinal quem precisa de umas lições é o pai


Pai: Sabes o que é que o pai fez no outro dia? Foi sair para o Jézebel. Aquilo é muito giro, havia pessoas da minha idade e as mulheres atiraram-se todas a mim! Pareciam desesperadas!
Eu: Claro, é uma discoteca cheia de pessoas divorciadas e bêbedas...
Pai (extremamente espantado): Mas eu estava com uma amiga! Parecia que elas gostavam mais de mim ainda por eu estar com uma amiga!!

Hum... sim. Já cá falámos disso várias vezes. O papá anda a falhar. Tenho que recomendar umas leituras aqui no blog.

Desafio grávidas - só até amanhã!

Eu, que vou ser tia no mês que vem e que tenho uma amiga que é a grávida mais gira que já vi, acho muita piada a esta ideia. É que a Salsa anda à procura de protagonistas para a próxima campanha da nova linha pré-mamã. Mas as inscrições só estão abertas até dia 3 de Março. Por isso, se for o caso ou se conhecerem alguém interessado, enviem uma fotografia de cara e outra de corpo inteiro, junto com as medidas actuais, o estado de gravidez e contactos, para mkt@salsajeans.com. Toca a despachar! Se alguma for escolhida, depois não se esqueçam de vir cá mostrar o resultado da campanha!!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Como engatar uma miúda numa discoteca (parte 2)

12 – Levar um grupo. Fazer parte de um grupo torna as pessoas mais atraentes.
Então isto não fazia parte do ponto 10? É mesmo à homem. Já começa a ficar tudo baralhado.

13 – Se possível, aparecer acompanhado de uma amiga gira. Uma mulher gira torna o homem com quem está mais atraente.
Ah pois é! Lembro-me de já se ter falado disto por aqui. Nós temos aquela coisa de pensar “hum, se ela está com ele é porque ele tem alguma coisa que vale mesmo a pena”. Se a amiga for gira, sentimo-nos mais provocadas ainda. A coisa até funciona, mas correm o risco de pensarmos que estão com a namorada e não acharmos piada que se atirem a nós ao mesmo tempo.

14 – Arranjar alguém com quem dançar. Para tal, uma mulher mais velha ou menos atraente é o ideal. Elas ficarão contentes por alguém lhes prestar atenção, e as mais novas e mais giras ficarão na dúvida por que razão não foram as eleitas. Quando a dança acabar, agradecer e meter conversa com uma das outras que ficaram a olhar.
Eu juro, a sério, eu juro que é isto que está escrito no manual. Eu própria estou num tal misto de riso e escândalo que até tenho dificuldade em escrever. “Mulher mais velha ou menos atraente”? A sério? É mesmo assim que eles vêem as coisas? A feia para chegar à gira? Triste. Muito triste.

15 – Falar com mulheres estáticas encostadas à parede. Estas estão mais receptivas a conhecerem alguém. Conversar com as mais velhas e menos atraentes. Deixa as mais novas e giras na dúvida. (semelhante ao ponto anterior).
Outra vez? A ver se a gente se entende. Tivéssemos nós os mesmos critérios, que se repartíssemos uma discoteca entre homens que nos parecem totós à partida e homens que julgamos terem potencial, julgo que a proporção andaria perto dos 90-10. A sorte deles é nós termos esperança no que está para lá da primeira imagem que nos transmitem. Caso contrário, sobretudo se andarem com abordagens destas, estavam tramados.

16 – Passear de um lado para o outro com uma bebida grande. Isto chamará a atenção. Pedir uma recomendação ao barman.
Qualquer barman que se preze recomendará uma cerveja, gin ou vodka. Em casa. Longe de assustar as mulheres que estão na discoteca e não quererão conversa com um homem que tenha uma bebida gigante, colorida e com um chapelinho, na mão.

17 – Ir até à rua. Fora da discoteca a competição é menor, não se está num local tão cheio, e sempre dá para meter conversa com uma mulher que esteja a descansar ou a fumar um cigarro.
Vá lá, algo que faz algum sentido. A conversa na rua é muito mais simples. Não é preciso gritar, não há aquele encosto por vezes incómodo para nos falarem ao ouvido, e temos a certeza que se estão a dirigir somente a nós e não à procura de outra “mais nova ou atraente”. No entanto se não tiverem uma abordagem decente e uma conversa de jeito, voltamos exactamente ao mesmo.

18 – Em vez de perguntar pelo número de telefone, pedir um cartão profissional. Se ela disser que não tem, pedir antes o e-mail.
É nestas alturas que eu gostava de ser psiquiatra. Passava-lhes logo um cartão.

19 – Não se contentar com um telefone ou e-mail, mesmo que pareça que se encontrou a mulher perfeita. A maior parte das mulheres não retribui chamadas a homens que conheceu numa discoteca.
O desespero é tal que qualquer uma serve. Quantos mais contactos melhor. O que vier à rede é peixe. Devem ir longe assim, devem.

20 – Ter o cuidado de se voltar às mulheres que se conheceu no início da noite. Estarão mais receptivas a conversar de novo.
Se a primeira abordagem tiver corrido bem, é capaz de ser boa ideia. Tenham o cuidado de não estragar tudo na segunda tentativa, que isto de acertarem algo mais que uma vez é capaz de ser muito exigente.

21 – Enviar um e-mail no dia seguinte. Escrever algo que as recorde quem se é, deixar o número de telefone e dizer que se está disponível.
Qualquer coisa como “olá, eu sou o gajo da bebida grande, máquina fotográfica, visitas regulares à casa-de-banho, e estou disponível.” Sim, acho que é isto que vai finalmente funcionar.

22 – Lembrar que as primeiras palavras são as mais importantes. Tentar ter sentido de humor.
Tentar ter sentido de humor não é contar uma anedota parva ou perguntar se nos doeu quando caímos do céu. Se não sabem o que dizer, sejam sinceros. Digam precisamente isso, que não sabem o que dizer, mas que sentiram uma vontade enorme de nos conhecer. A honestidade já é tão rara hoje em dia que lhe atribuímos um valor incalculável.

23 – Nunca falar sobre si mesmo. Concentrar apenas na mulher, concordar com tudo e colocar questões. Mostrar interesse.
Não revelem nada sobre as vossas vidas. Nunca. Aliás, eu quase sempre que saio à noite estou na esperança de conhecer o homem silencioso e assustador que ou é mudo ou tem uma psicose grave.


Meninos, o engate de discoteca é a coisa mais simples que existe. Está tudo na troca de olhares. Estabeleçam contacto visual com a mulher que gostavam de conhecer. Façam-no inicialmente de forma subtil, e se ela corresponder acrescentem um sorriso pequeno e simpático. Algo que vos faça parecer uma pessoa normal e equilibrada. Nada de bebidas, conversas excessivas com estranhos ou adereços nas mãos. Bastam uns olhares e um sorriso. Se ela vos sorrir de volta é porque está receptiva à primeira troca de palavras. E escusam de ficar ansiosos. Nós nunca esperamos que vocês digam nada muito eloquente de qualquer forma. ;)