quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Assédio telefónico

Não tenho paranóias à volta do telefone. Nunca desligo o telemóvel à noite. Já aconteceu precisarem de mim numa emergência e eu não tenho número fixo em casa. Não vejo aflição nenhuma em atender números que não conheço (não sei nem tenho guardados os números de toda a gente) e atendo sem hesitar números não identificados. Antes dos telemóveis todos atendíamos o telefone sem saber quem estava do outro lado e nunca ninguém morreu disso. Mas ocasionalmente lá acontece o frustradinho sem confiança ou vida pessoal que se apresente, que resolve matar o tempo a azucrinar-me o juízo com telefonemas ou mensagens não identificadas. Já me aconteceu de tudo. O que me ligava enquanto se masturbava, o que me enviou tantas mensagens que eventualmente meteu a namorada a fazê-lo por ele (ou fazia-se passar por ela, o que é uma jogada terrivelmente inteligente e assustadora), e agora o que liga só para dizer olá, e que o fez umas doze vezes esta noite enquanto eu tentava dormir. O mais estranho nesta gente: uma pessoa ignora ou rejeita o contacto trinta vezes, e trinta e uma vezes eles insistem.E enquanto luto contra a vontade de assassinar estes palhaços todos à pedrada (depois de descobrir uma forma eficaz de o fazer via telefone), e porque sei que isto acontece com frequência a muitas mulheres, pedia que me contassem o que já se passou convosco. Só para eu me poder lembrar e talvez rir um bocadinho quando esta noite o telefone desatar a tocar novamente.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

E agora nas palavras de Oscar Wilde

"Como é que uma mulher pode esperar ser feliz com um homem que insiste em tratá-la como se fosse um ser humano perfeitamente normal?"

Não somos. Geralmente achamos que somos especiais e que o mundo gira à nossa volta. Também não sabemos muito bem aquilo que somos na realidade. Depende do dia. Ou da hora. Do minuto, vá. Somos queridas, somos vingativas, somos sexys, somos infantis, somos adoráveis, somos detestáveis, somos perigosas, somos preocupadas, somos atentas, somos distraídas, somos um espectáculo, somos insuportáveis, somos decididas, somos completamente perdidas da cabeça, somos impecáveis, somos doidas, somos apaixonadas, somos maternais, somos independentes, somos inconstantes, somos aventureiras, somos temerárias, somos precipitadas, somos alegres, somos mariquinhas, somos felizes, somos profundamente infelizes sem qualquer razão aparente, somos gordas quando todos nos acham magras, somos baralhaditas emocionalmente, somos inesquecíveis, somos sonhadoras, somos focadas e arrebatadoras. Mas se há coisa que não somos, é normais. Isso seria demasiado banal e redutor. E somos tão mais do que isso.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nas palavras de Barbra Streisand

"Porque é que uma mulher se esforça 10 anos para mudar os hábitos de um homem, se no final não faz senão queixar-se que ele já não é a mesma pessoa que conheceu há 10 anos atrás?"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Em que é que os homens e as mulheres são melhores uns que os outros?

Não acredito na superioridade de um sexo sobre o outro. Mas defendo que não somos iguais. Há coisas que as mulheres fazem melhor, e coisas para as quais os homens têm muito mais jeito do que nós. E há que admiti-lo. Não são falhas de carácter ou de personalidade, mas antes pequenas diferenças que fazem com que nos completemos. Os homens têm um sentido de orientação melhor que o nosso, mas nós prestamos mais atenção aos detalhes. Somos mais atentas e temos uma memória espantosa (sobretudo para aquilo que não lhes dá jeito) mas eles são mais focados e directos. O exercício que proponho aqui hoje, é que se lembrem daquilo que nos distingue. Até porque eu tenho um menino à espera que eu lhe recite uma lista de coisas em que as mulheres são melhores que os homens... Quem ajuda? Vá, vale para os dois lados!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ah que saudades do amor louco e jovem

Disse-lhe ele, com o ar mais querido do mundo, à frente de todos os que passavam:

"Às vezes tenho vontade de te partir uma perna só para poder ficar em casa a cuidar de ti"

domingo, 10 de outubro de 2010

Post que se calhar só as meninas vão entender

Fui ao cinema ver o "Comer, Orar, Amar", e durante todo o tempo do filme em que aparece o Javier Bardem, eu só esperava ansiosamente que ele olhasse para a Julia Roberts toda apaixonadinha, e dissesse, "sou um produto da tua imaginação, tens um tumor cerebral e o George vai morrer".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A tal história da Nova Zelândia e dos filmes de terror (ou como eu vejo televisão a mais)

Por altura do Natal passado, um dos sítios por onde passei, foi pela Nova Zelândia, e um local que fiz questão de visitar, foram as praias onde foi gravado o filme O Piano, de Jane Campion. Fui contando mais ao menos por aqui aquilo que andava a fazer, mas acho que não cheguei a contar o episódio do senhor e da viagem pela floresta tropical.

O único modo de se chegar às tais praias, é atravessar as montanhas infindáveis e a fabulosa rainforest neozelandesa. E a única solução que encontrei para o fazer, foi alugar um surf shuttle, conduzido por um senhor extremamente simpático e absolutamente gigante. Facto número um, logo aqui, a prestar atenção: um senhor grande e fortíssimo com quem eu nunca conseguiria lutar, e incrivelmente simpático, que nos filmes eles são sempre simpáticos inicialmente para se conseguirem aproximar das vítimas. Mas lá fomos, a mãe e eu, sozinhas, de madrugada, bem cedinho, uma hora de caminho pela autoestrada com o senhor, e depois mais duas horas pela montanha, onde não se vê absolutamente nada nem ninguém, onde não há turistas, não há mais carros, não há rede no telemóvel, não há NADA! Aí trocámos olhares e pensámos as duas “bonito, duas mulheres sozinhas no outro lado do planeta, no meio da floresta, com um estranho gigante. Se nos acontecer alguma coisa ninguém sabe onde estamos!”. No início da montanha o nevoeiro era imenso, cinzento escuro, assustador, mas felizmente à medida que as horas foram passando o céu lá foi ficando mais claro. E o senhor sempre simpático.

Chegámos às praias, vimos aquilo tudo a pé, andámos quatro horas dentro da floresta, e regressámos ao ponto de encontro para voltarmos para a cidade. Tínhamos andado para aí uns 20 minutos numa estrada assustadora e estreita quando o senhor percebe que se tinha enganado e resolve fazer inversão de marcha, numa manobra em que eu acreditei mesmo que íamos cair ribanceira abaixo. Tinha-se enganado, dizia ele. Na realidade ele bem podia dizer ou fazer o que quisesse, nós não tínhamos a menor ideia de onde estávamos e só se viam árvores à volta! Pouco depois chegámos a uma estrada mais larga que me pareceu familiar, o senhor faz uma curva para a esquerda, e temos esta conversa:

Eu (a medo): Desculpe, mas eu tinha ideia que nós tínhamos vindo do outro lado, não devíamos ter virado à direita?
Senhor: Vou mostrar-vos um segredo.
Eu (a fingir um ar muito normal): A sério? Que giro, o quê?
Senhor: Uma coisa na floresta muito importante para o povo Maori mas que ninguém conhece.

Oi? Se ninguém conhece e não estava nos planos, deixe lá que nós passamos bem sem isso. Mas o senhor lá insistiu. Passam-se mais 15 minutos, e de repente vejo-o a meter a mão atrás do banco, a confirmar se lá tinha qualquer coisa. Quando olho para baixo, vejo aos meus pés três garrafões de gasolina e duas caixas com bobinas de fita adesiva. Aí é que o cenário me pareceu familiar. Na véspera de embarcar para a Austrália, tinha visto um filme de terror chamado Severance/Mutilados, em que uma mulher acabava presa a uma árvore com fita adesiva, regada com gasolina, e queimada viva. Pronto, deixei logo de achar piada à brincadeira. Eventualmente o senhor lá pára a carrinha no meio de uma estrada deserta e diz:

Senhor: Deixem tudo no carro e venham comigo.
Nós: Desculpe? Porquê? Onde?
Senhor: Já disse que é segredo, não tragam nada e saiam do carro.

A minha mãe só dizia “Não vamos Belota, não saímos daqui”. Mas lá a convenci, depois de discutir com o senhor que saía mas levava as coisas comigo. Mais não fosse dava jeito ter identificação quando encontrassem os nossos corpos 15 anos depois (piada parva, espero que a minha mãe não esteja a ler isto). Vamos até à entrada de um trilho com arbustos cerrados e o senhor a insistir “é por aqui, são só 10 minutos a pé”. Aí é que desistimos mesmo. Não se via nada para dentro das floresta, o senhor que não dizia o que nos queria mostrar, não passava ninguém naquela estrada horrível, e eu só pensava “bem, nós somos duas, será que conseguimos lutar com este homem enorme?”. Batemos com o pé e voltámos para a carrinha. O caminho de três horas até à cidade foi feito com o silêncio mais constrangedor de sempre. O senhor percebeu com toda a certeza que não confiávamos nele e que tínhamos tido medo. Só abriu a boca no final, enquanto saíamos, para dizer “era a árvore mais antiga da floresta, perderam uma coisa muito especial”. Eu confesso que quando ele disse isso respirei fundo. Era só uma árvore. Ok. Não era perigoso (vá, vamos acreditar que não era) mas também não tínhamos perdido nada do outro mundo. Pelo sim pelo não, decidi naquele momento que ia deixar de ver tantos filmes de terror.


As paisagens, a floresta, as praias, tudo aquilo compensou as dúvidas que tivemos. Posso seguramente afirmar, que essa pequena viagem foi das melhores coisas que já fiz na minha vida. Se alguém quiser repetir, falem comigo que eu tenho o contacto de um senhor grande e simpático que vos leva num surf shuttle... ;)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Esta gente (homens) que diz no telejornal que andar de mota é melhor do que sexo,

anda com toda a certeza a fazê-lo mal. O sexo, não o andar de mota, que é bom, pois é e eu também gosto, mas não é propriamente o mesmo.

(A única coisa que bate este disparate, é o disparate maior ainda da mulher, sentada atrás, que fica caladinha a ouvir aquilo. Ou a pensar no amigo especial que a visita todas as vezes que o marido sai de mota. Se calhar é mais isso.)

Peço desculpa, para a próxima eu torno a situação mais grave antes de ligar

Vinha na auto-estrada ontem, perto da uma da manhã, quando apanho o susto da minha vida e quase atropelo um homem, todo vestido de branco e sujo de sangue, que andava calmamente a passear entre as faixas de rodagem. Assim tipo início de filme de terror. Regra número um, nunca parar para ver o que se passa (já vi filmes suficientes para ter aprendido isso). Ligo para o 112, onde já devem estar mais do que habituados a estas situações, e atende um senhor com a voz mais calma de sempre:

Eu: Boa noite, eu estou na auto-estrada tal, mesmo junto à saída tal...
112: Sim, é por causa de um homem vestido de branco, não é? Já temos essa informação. Vamos mandar alguém.
Eu: Óptimo, é que ele não está na berma da estrada, está mesmo no meio dos carros!
112 (com um ar banal): Está bem, mas ainda não foi atropelado!

Ah pronto, para a próxima, se isso acelera o processo, eu dou um toquezinho com o carro no senhor e depois ligo para o número de emergência. Parece que ajuda a resolver a coisa.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Adenda ao post anterior

Fogo, se eu venho para cá revelar estes truques, eles vão deixar de funcionar!! Belota totó. :)

Lógicas parvas. Mas eficazes.

Eles: Primeiro disseram que não queriam que fossemos ter convosco. Nós insistimos e vocês continuaram a não querer. Insistimos mais um bocadinho ainda, e foi impossível demover-vos. Agora afinal já querem??
Nós: Sim. Mudámos de ideias.
Eles: E a que propósito é que acham que podem ser sempre vocês a mandar?
Nós: Nós temos pipis.

Não sei se é uma espécie de em terra onde todos têm sede, quem tem água dita as regras. Espero bem que não, que é um pouco redutor para nós. Mas pode ser. Ou se calhar é o uso do termo "pipi" que os deixa sem reacção. Seja o que for, resulta sempre.