quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Não são eles que são distraídos, a culpa é do português

Enquanto preparávamos o almoço. Vou reforçar: o almoço.

Ele: Posso ajudar?
Eu: Já agora... Enquanto eu trato da sopa da Belotinha tu podes tratar da manga?
Ele: Está suja?
Eu: Deve estar, isso passa pelas mãos de tanta gente...
Ele: Mas está amarela?
Eu: Mais ou menos, eu não sei bem com que cor deve ficar quando está madura, não gosto de manga...
Ele (após uma pausa): Estás a falar de quê?
Eu: Da fruta para o almoço. E tu?
Ele: Eu pensava que estávamos a falar da manga do pijama...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Não, eu é que sou o Ronaldo!

No outro dia dizia-me o outro senhor cá de casa: "Tu e a Belotinha ficam tão giras juntas, fazem uma equipa tão boa!" E eu não percebi. Equipa? Fez-me logo lembrar aqueles trabalhos de grupo na escola em que é um por todos e todos à custa desse. Ela tem sete meses, sou eu que faço tudo! E ele respondeu-me "é mais ou menos como o Cristiano Ronaldo na selecção". Acho que, efectivamente, é mais ou menos isso. Eu sou o Ronaldo desta casa. Todos jogam, todos se divertem, mas no final quem faz o trabalho todo sou eu.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Adoro o desequilíbro mental de quando se está cansado

Estou a meter a loiça na máquina, olho para a prateleira de cima, vejo a tampa preta de um tupperware e penso "m****, meti o iPad na máquina de lavar".

:)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Isto cá em casa seria um problema

Por aqui os dias passam-se assim:

Ele: Achas que leve o casaco cinzento?
Eu: Pode ser, é giro.
(quando ele aparece vestido)
Eu: Isso não é o casaco cinzento, esse é verde tropa.

Eu: Trazes-me o body cor-de-rosa da Belotinha, sff?
(ele traz um)
Eu: Não é esse, esse é salmão.
(ele traz outro)
Eu: Não é esse, esse é cor-de-laranja.
(ele traz outro)
Eu: Não é esse, não vês que esse é encarnado??

Quando ele vai às compras sozinho e telefona:
"Estou aqui com uma camisola na mão, acho que ficava bem com as minhas calças beiges (mentira, ele não diz beige, diz castanho, que para ele é tudo a mesma coisa) podia dizer-te que é azul, mas sei lá se isto para ti é azul, a senhora da loja já lhe chamou qualquer outra coisa que nem percebi, vou levar e depois se for preciso venho cá trocar, o que achas?"

Adoro esta expressão do "sei lá se isto para ti é azul". É que ele acredita mesmo que eu, e todas as outras mulheres, por sinal, inventámos toda uma gama de cores que não existem e cujo propósito é baralhar as escolhas masculinas. Ele tem a certeza das cores que vê (que são as primárias, sempre no mesmo tom e com o mesmo nome) eu é que vivo num universo paralelo com cores imaginárias. Numa coisa dou-lhe razão: a a percepção deles do mundo é muito mais simples. E acho que até os invejo um bocadinho por isso. Mas nós temos mais por onde escolher. :)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

E um header novo para isto?

Alguém sabe onde arranjo?

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Ainda há homens que se atrevem a tentar culpar as mulheres

Há. Mas têm três anos. Se forem espertos aprendem rápido. Ou não.
O meu sobrinho de três anos estava incomodado com uma bola que tinha encontrado no jardim e que estava rasgada. Depois de lhe explicarmos vinte vezes que não fazia diferença, que era um rasgão pequeno, que não incomodava ninguém e que até a podíamos arranjar mais tarde, ele ainda não estava convencido. Perguntámos-lhe se sabia quem tinha estragado a bola (sabíamos que já a tinha encontrado assim e portanto não podia ter sido ele). Respondeu sem um mínimo de hesitação: "se calhar foi a Belotinha, eu não sei!". Exacto. Vamos culpar a prima de 6 meses que não anda, não fala e que é quase do tamanho da bola. Se calhar rasgou-a à dentada. Com os dentes que não tem. Vai ser esperto, está visto. Daqui a uns anos aprende às próprias custas: nunca se culpa uma mulher. Mesmo que a culpa seja dela. Ou como diz o outro senhor cá de casa: "às vezes tu não tens razão, mas sei que vais ter mil argumentos que me vão baralhar e isto não vai acabar enquanto eu não disser que estás certa. Portanto mais vale nem me meter nisso." Lindo menino. Já aprendeu. :)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pronto, e só por isto até vale a pena voltar ao blog

Artigo na Sábado online:

Orgasmo vaginal não existe

Atenção que de acordo com a organização editorial da Sábado, esta notícia encontra-se arquivada dentro da secção "última hora". Adoro quando me dão estas novidades fresquinhas! Meus meninos que por aqui andam, isto deve dar que pensar, não?

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Temos novo blog

Baby blog. Pois é. Acabaram-se os engates e agora mudamos fraldas e lavamos biberons. É o que é. Mas posso garantir-vos isto: continua tão divertido como era antes. Ainda bem que é o que é. (E nunca se sabe, posso sempre voltar aqui ocasionalmente).

Novo blog Belota e Belotinha em:
http://belotaebelotinha.blogspot.pt

E este que é o milésimo post aqui publicado? Não vejo melhor maneira de celebrar! Mil mensagens por aqui. Agora estamos mais neste lado.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A Belota e esta coisa de criar pessoas de raíz

No Domingo passado tive vontade de vir escrever no blog. Senti que era a pessoa mais importante do mundo e que toda a gente, em todos os cantinhos do planeta, assinalava o meu maior feito. Celebrei o meu primeiro dia da mãe como mãe.
Depois de não sei quantos anos por aqui a dar e receber conselhos sobre saídas, engates, visões femininas e masculinas do mundo, e o fantástico (leia-se chanfrado) universo das relações amorosas, dei por mim com uma Belotinha de dois meses e meio nos braços.
E podia dizer "a minha vida mudou radicalmente". E mudou. Mas não no sentido de que deixei de fazer as coisas que fazia antes ou que prescindi de mim e da minha vida habitual. O que aconteceu foi que as coisas passaram a ter outro sentido. O computador avariou com projectos e as histórias dos últimos anos lá dentro, o telemóvel ficou submerso debaixo de uma garrafa de água (pai, a culpa não foi minha!) e perdeu notas e imagens, e, de repente, nada disso interessa, porque olho para pai e filha e tudo o que preciso está ali. E eu que nunca tinha pensado muito em ter filhos e que nem em pequena brincava aos pais e às mães (enfim, pelo menos não da forma mais correcta). E agora é isto que se vê!
Nesta casa trocam-se as fraldas em cima da mesa de snooker (que sirva para alguma coisa além de roubar o espaço da mesa de jantar), leva-se a criança ao pediatra com a roupa e a touca enfiadas aos contrário (isto da roupa de bebé é uma aventura), chama-se sra. engenheira à enfermeira do curso pré e pós-parto (tivemos a casa em obras durante muito tempo) e veterinária à pediatra (tive cão durante 10 anos, o bebé é novidade). E faz-se tudo isto com o maior dos sorrisos.
Quem seguiu este blog conhece o meu pai em toda a sua genialidade (e disparate) e depois há ainda a minha mãe, que é o melhor exemplo e a melhor do mundo. E vê-la com esta coisinha nova e pequenina nos braços, enquanto lhe sussurra com um sorriso o Frère Jacques, aquece-me todos os bocadinhos do coração. O Domingo que passou foi dia da mãe. De todas as mães. E foi o meu primeiro.
Por aqui o copo não está nem meio cheio nem meio vazio. Está a transbordar. De felicidade. E às vezes apetece-me vir cá contar.


To Hell with the world. I can make my own people! - Jerry Seinfeld