Lista de Natal (e como é que eu não me lembrei disto antes?!)

Tinha escrito num comentário que ia começar a pensar na minha carta ao Pai Natal e pois que hoje acordei a pensar nisso mesmo. Este ano, Sr. Pai Natal, quero um gajo. Quero um gajo com barba (gosto de barba, é coisa de homem. Algumas mulheres também têm mas eu continuo a achar que é coisa de homem.). Não precisa de ser um Deus grego nem ter músculos e ser perfeito. Até pode ter uma barriguinha. Barriga significa que aprecia os prazeres da vida e que tem condições para os apreciar. É um bom sinal. Preferia que fosse mais velho que eu para ter alguma maturidade. Quero que seja simpático e boa pessoa. Que esteja lá para os outros, seja prestável e que não refile. Não gosto que me encham de mimos nem surpresas ou presentes, mas ocasionalmente não me importo. Por isso se me oferecer um presente, sei lá, uma vez por ano vá, eu já fico contente. Também não me importava que tivesse um meio de transporte um bocadinho mais original do que os Polo’s e Golf’s azuis ou pretos que todos os gajos têm. É muito pouco original. E por uma vez na vida, gostava de um gajo que fosse de confiança. Que viesse ter comigo no dia em que diz que vem e que não chegasse sempre duas horas atrasado. Se não for pedir demais, era simpático também que viesse ter comigo à noite mas que desaparecesse e me deixasse em paz no dia seguinte.
Dito isto, ou melhor, pensado isto, cheguei à brilhante conclusão: “Que se lixem os desejos, este ano vou mas é pedir o Pai Natal em namoro!” Tem barba, barriga, é mais velho, boa pessoa, nunca o vi refilar, traz-me presentes uma vez por ano, anda de trenó, nunca me deixou pendurada, nunca se atrasou, e na manhã seguinte nunca lá está a pedir-me que lhe faça o pequeno-almoço. Como é que foram precisos 27 anos para eu chegar a esta conclusão?