Tenho uns pais fantásticos e sem dúvida os melhores amigos do mundo, que saem da cama às 5h da manhã, numa noite de chuva, se eu precisar deles. Não sou uma pessoa solitária. Mas também não tenho uma relação verdadeiramente séria e duradoura há um tempinho, e entrei no esquema e sinto-me bastante confortável nessa situação. Eu dependo apenas de mim.
Quem é que me vai dizer que é demasiado tarde? Eu mesma. Quem é que me vai dizer que as coisas não são assim tão boas? Quem é que me vai levantar quando eu cair? Quem é que vai tapar os ouvidos quando eu gritar? Quem vai prestar atenção aos meus sonhos? Sempre eu mesma.
No entanto, todas as noites quando entro no carro à 1h da manhã para voltar para casa, invariavelmente penso: who’s gonna drive me home tonight?
Agora em versão um homem e duas mulheres (vá, um bebé) cá em casa. Vence a maioria.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Quem está lá para mim, sou eu mesma. Mas no final do dia, quem é que me leva a casa?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
29 comentários:
Há de chegar Belotinha....
L'espoir fait vivre, right ? :P
Os pais, mesmo que sejamos independentes, vão estar sempre lá para nós.
Se calhar preciso só de um chauffeur... LOLLL
@Belota: lol, não me admiraria nada :P
Então? A Belota não tem quem a leve a casa? Onde andam os cavalheiros?
Minha querida, já te questionaste pq razão os filhos aos 20 ... aos 30 ... e alguns aos 40... não saem de casa dos pais?
E que tal chamares um táxi?
Só eu é que não consigo ver o grande vídeo dos Cars a cantar a música "Drive"?? Tenho que ver o que se passa...
Isso de estar em casa dos pais aos 30 e aos 40 é coisa que nunca vou perceber. blagh.
O corpo habitua-se às limitações ou condições que tem, mas não quer dizer que esteja bem. É verdade que só depois de estarmos bem conosco próprios é que podemos encaixar bem noutra pessoa.
Mas é uma linha ténue o ficar habituado a essa "independência"
Belota, sai da tua zona de conforto e explora o que tens medo de explorar, e pode ser que tenhas alguem para te levar a casa, e para te abraçar quando mais precisas, pois nao te abraças a ti mesma de certeza.
sei que sabes do que falo :)
enquanto conseguires chegar a casa, só pelo teu pé, é bom e suficiente. O resto, logo se verá.
fica bem.
Os pais são "um porto seguro", também o sou - como mãe e pai e já avó - e vezes sem conta às tantas da noite lá vou em socorro.
Mas como te compreendo tão bem porque até eu, eu mesma por vezes precisava tanto "desse outro colo que falas, deixarmo-nos ir, etc e tal"...e alto e pára...és uma jovem (julgo eu de que...)
Força e quando menos esperares...bingo!
podias escrever um post sobre "as meninas subsidiadas". tenta viver com mil euros e vais ver...
Bem... Podes sempre pedir a um daqueles senhores simpáticos que vendem rosas na rua para te conduzir a casa... não te garanto que te devolva o carro mas vale a pena o esforço xD
Eu acho que o problema reside na hora a que voltas para casa ;) 1h é demasiado cedo :)
Todos os que andam por ai sozinhos alugavam uma carrinha e iam todos juntos durante a viagem para casa.
Tipo carrinha da escola.
A resposta é fácil: tu mesma :-)
Miúda-mulher, é que é mesmo! Se bem que gosto da ideia da carrinha da escola. Mas lá está, já estou tão habituada a fazê-lo sozinha que me ia aborrecer com as voltinhas para deixar os meninos todos em casa antes de chegar à minha... lol
Por enquanto entro no carro e pergunto a mim mesma quem me vai levar a casa com uma voz pateta e um sorriso na cara. Enquanto assim for, estamos bem :)
Tu própria, irás descobrir que é demasiado tarde, no dia em que perceberes que te acomodaste de tal forma ao esquema, que perdeste a flexibilidade e a vontade de fazer as cedências normais numa vida a dois...em que os prós, já não compensam os contras. Há demasiada gente nesse patamar, e cada vez mais cedo...esse dia vai chegar, se é que ainda não chegou!...tu mesma vais dizer, pois...
Em casa dos pais até aos 25....25+5...25+10...ad eternum...
Epá, é mau e poucos devem achar que essa é a vida que os realiza, mas como disse um anónimo, experimenta viver com 1000 euros e percebes grande parte da motivação da maioria dos mortais. Eu vivi mais tempo com os pais que o desejado, e 80% da motivação passava por aí, sendo que os outros 20%, não era para poder ter serviço de mulher a dias e catering à borla...
Laredo
Saí de casa aos 23 anos, nem perto de 1000 euros ganhava nessa altura, sobrevivi e foi óptimo. Não me venham cá com coisas. Não tomava o pequeno-almoço fora todos os dias, não jantava fora todos os fins-de-semana, não tinha tvcabo, andava mais a pé, bebia 1 copo à noite em vez de beber 5, só ia ao cinema com os pontos do cartão da BP dos meus pais. E fui feliz. Não metam a culpa no país ou nos ordenados. Pode residir muita culpa aí, mas a verdade é que há muita gente preguiçosa e com medo de arriscar. Vivam. Só faz bem.
Quanto ao ponto de vista do Laredo sobre as pessoas se acomodarem e perderem a capacidade de viver a dois, tenho vários amigos na mesma situação que eu, e infelizmente, acho que tens toda a razão. Quanto mais vivemos sozinhos menos estamos receptivos a viver com alguém. E isso não é MESMO nada bom...
...tb gostava de ter uns pais $olidario$ que me ajudassem a iniciar uma vida a solo....
doutorphil
Não tinha visto o comentário do "chofer".
Bem, mas o melhor mesmo é o que eu tinha dito, já que eu digo sempre bem. E que tal um táxi cujo condutor te leva a jantar... E DEPOIS TE LEVA A CASA? Ah, pois é!
Já agora, eu também não consegui ver o vídeo.
ola, sim, mas isso nao foi em portugal. E ha que respeitar os pontos de vista de todos: ha quem nao queira prescindir de um nivel de vida minimo,e por isso trabalhar mais para conseguir um emprego melhor e sair de casa confortavel, sem estar a contar os tostoes, nem sem dinheiro para as inevitaveis surpresas de que muitas vezes acontecem. as rendas sao caras, mais tv cabo e luz, alimentação, etc. e fazer as contas e fazer um trade off: sera que estamos dispostos a isto, vivendo no limite? ou ir um pouco mais alem e esforçar para isso? por outro lado tb compreendo e respeito quem nao opte por esta opção. toda a gente (ou a maior parte) quer sair e ficar independente. mais nao digo, pelo menos aqui.
bjs
d
Olá Belota.
Voltar a estar sozinha é 1 coisa que eu equaciono agora.
Além dos pontos que referiste e da adaptação a 1 única pessoa, não tens que levar com OPINIÕES E PALPITES do resto da família dele!!!
Já percebi que a minha relação está arruinada, por causa do SUPER-PODER da minha sogra em relação a ele. Afinal ele tem defeitos!!!...
Se voltar a estar sozinha significa não ter que levar com as saloices, pimbalhadas e sobretudo faltas de educação e abuso de poder (e opiniões e palpites e etc) deles... ENTAO SEJA!!!
(é que nem o meu pai!!! Vinha agora aquela "senhora"!...)
PS - Desculpa o desabafo!
Anónimo D, sim, foi em Portugal. Compensou todos os sacrifícios que fazia durante o dia porque à noite tinha o meu espaço e a minha independência. É assim que se cresce.
e a tua maneira de pensar. assim que adquirem maus habitos tambem. a minha definicao de independencia implica que a seja na totalidade. nao a figura do tio patinhas, mas a figura de alguem que seja capaz de pagar a casa, o carro, a luz, a electricidade, gas, agua, mas tambem as pos graducoes, etc. sao cdefinicoes diferentes do mesmo termo. a mim por exemplo nunca me deram nada (carro, estudei em escola publica, pos grad. com o meu dinheiro, viagens, etc). e duro, e atrasa-nos a vida. mas tb nos da mais força porque depois nao dependemos verdadeiramente de nunguem. e nao adquirimos maus habitos que inevitavelmente passam para a relação. e podemos olhar as pessoas nos olhos sabendo que nada lhe devemos. a nao ser os valores e as ideias.
Começo a achar que a emancipação das mulheres é cada vez mais este tipo de situações! Sentem-se bem sozinhas e independentes, não precisam de dar cavaco a ninguém para o que quer que seja e ainda por cima vivem a vida de uma forma mais descontraída! Mas há sempre aquele dia em que algo mais forte começa a questionar esse estilo de vida e coloca a questão de que quem me leva a casa esta noite. outras colocam a questão de quem me espera em casa de braços abertos e um aconchego especial. Mas também acredito, e tal como já foi aqui dito, que por vezes se acomodam e que quando dão por isso já é difícil resistir a esse conforto da independência. Mas ainda assim, acho que há-de haver um dia em que se dá um clique ou alguém o dá por elas e começa uma nova fase. Até lá, sejam felizes e não deixem também de procurar aquele alguém que pode estar mesmo ao virar da esquina.
Enviar um comentário