terça-feira, 16 de novembro de 2010

Se não somos mais felizes é porque gostamos de complicar

Nunca usei a expressão “não me contento com pouco”. Porque na realidade o “pouco” é um termo que me parece errado. Andamos à procura nem sabemos de quê, e por isso achamos que queremos é mais. Eu contento-me com as coisas simples. Embora, vendo bem, isso não seja pouco, porque saber apreciar as coisas simples às vezes é complicado e passa-nos ao lado. Somos demasiado exigentes? Não temos assim tanto a oferecer à outra parte? Claro que não somos e que temos. Andamos é focados nas coisas erradas. Não esperem ter ao vosso lado uma pessoa que vive inteiramente para vocês porque isso é negar uma parte da sua individualidade. Esperem antes que nos momentos em que estão juntos as coisas façam sentido. O encaixe a 100% é possível de obter desde que saibamos onde nos encaixar. Desde que tenhamos conhecimento do nosso lugar e consigamos compreender o mundo à nossa volta. Basta, como disse o Laredo e muito bem num comentário ao post anterior, que saibamos investir em nós mesmos e deixar que o outro invista nele próprio. E tenho a certeza que esse investimento reverterá positivamente na relação. Às vezes basta um gesto ou um olhar, um saber dizer as coisas sem usar palavras. Bastam as coisas pequeninas que sabem pela vida. Vá lá, não pode ser tão complicado assim.

9 comentários:

Ruben Alves disse...

Obrigado, ofereceste-me o sorriso da tarde :)

Belota disse...

Fico mais contente ainda então :)

Fatyly disse...

Ao ler este teu post lembrei-me do meu falecido pai e da sua eterna namorada, a senhora minha mãe que tantas vezes dizia "bastam as coisas pequeninas que sabem pela vida" e ironicamente (que coincidência) acrescentava a "ideia" de Laredo.

Fiquei a pensar...será por esta razão que uniões/casamentos duravam mais dos que os actuais? Não falo da cretinice de aguentar o que muitas(os) aguentaram no passado, mas os meus pais e muitos que conheci eram do passado e foram sempre felizes, vejo todos os meus irmãos felizes e bem encaixados.

Aplico sempre o que escreveste a TUDO QUE ENGLOBA A VIDA no ou do RELACIONAMENTO HUMANO.

Parabéns pelo magnífico post

Belota disse...

É verdade, hoje em dia os casamentos acabam como quem deita fora o pacote de leite que está há uns dias no frigorífico. Hum, está ali há muito tempo, lixo! Se ainda está bom? Nem interessa! Ficámos comodistas, deixámos de entender o conceito de casamento e de relação. Não trabalhamos para nada a não ser para o emprego (e mesmo assim...). Vimos primeiro e por acaso quando chegamos a casa está lá alguém. Depois queixamo-nos...

Joana disse...

Esse foi o problema de uma das minhas melhores amigas. Casou-se cedo (aos 23) e agora (2 anos e meio depois) reparou que não tinha sentido como pessoa individual. Que ao crescer com o moço, não tinha construido um espaço dela e não sabia viver com ela.
Estão separados há coisa de 4 meses.

Enfim. Obrigada pelo texto :)

Calíope disse...

Vai lá jogar no Euromilhões que estás com a pontaria afinada! Vou ver se desligo o complicómetro. :)

Francisco o Pensador disse...

É bem verdade que hoje em dia é muito diffícil encontrar um casamento que pareça saudável, que faça sentido em todos os níveis e que prometa ser duradoiro.
Tal com disse a Belota, hoje em dia acaba-se com um casamento como quem deita um pacote de leite que está há uns dias no frigorífico.
E isso acontece porque hoje vivemos numa sociedade do consumo que nos tornou obesos, ociosos, egoístas, prepotentes e também escravos de nós próprios.
Antigamente (no tempo do tal "bicho ruim" Salazar), apesar dos tempos que eram difíceis, das contrariedades, da miséria e da descrença quase geral num futuro melhor, a verdade é que existia por parte do governo, uma aposta clara no conceito da Familia.
"Deus, pátria e familia" veínculavam eles, e a verdade é que essa política deu frutos como ficou bem demonstrado através da existência de familias numerosas ( algumas com 20 filhos!) e de casamentos que ainda hoje perduram.
É verdade que a maior obreira dessa façanha foi mais a Mulher (muito escravizada por sinal) do que propriamente o Homem (quase todos eles bêbados e brutos), mas não deixa de ser relevante a forma como uma simples política pode mudar os hábitos e a cultura de uma sociedade.

A questão não é saber quem aposta verdadeiramente no casamento hoje em dia, é mais saber quem se encontra bem enraízado nos valores da familia.

O amor, a amizade, o casamento, a familia...tudo isso exige um grande compromisso e um elevado grau de responsabilidade que, como está bem visto, quase ninguém quer assumir fruto do nosso ócio ou do nosso medo.

Só uma dose forte de humildade poderia inverter este panorama, mas, como ninguém é humilde sem ser escravizado...raios parta este mundo!

Enfermeirita disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Enfermeirita disse...

Nem imaginas como percebo isso .. eu sou tipicamente a rapariga k gosta de complicar e k neste moemnto esta a começar a aprender a reparar nas coisas simples e a ser feliz com estas. E como qualquer homem.. o meu é 100% básico e sabe apreciar o simples.. neste sentido eu axo que tenho de dar a mao a palmatória mas ver e viver as coisas do ponto de vista dele sao mt mais simples mt melhores.E assim sim juntos fazemos sentido.. Toca a descomplicar!! (claro que noutras coisas ainda tenho de lhe ensinar o que as mulheres querem..lol ou melhor o que eu quero!)